sábado, 21 de agosto de 2010

Eu só queria...


Eu só queria que você cuidasse
Um pouco mais de mim como eu cuido de você
Cuidar é simplesmente olhar pro mundo que você não vê
Pra medir o amor não existe cálculo
1+1 pode não ser 2
Futuro é linda paisagem

Desejo que não é sonho é mera ilusão
Se não sabe
Se afasta de mim
Mas se ainda cabe

Me abrace, enfim
Só ligue se tiver vontade

Só venha se quiser me ver
Mentir é pura vaidade
De quem precisa se esconder
Será que eu vejo apenas o que você não vê?

Eu não entendo como você não consegue perceber? que eu não sei mais, eu não sei mais, eu não sei
O sangue é o rio que irriga a carne
E a alma é a terra de um morro é luz antiga o fim da tarde dessa saudade sem socorro
Se não sabe

Se afaste de mim

Mas antes que seja tarde

Nos salve do fim

domingo, 11 de julho de 2010

Pedaço de mim


Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Chico Buarque

sábado, 10 de julho de 2010


Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Ô bichinho chato


A gente sente, sofre, tem aperto no peito, inseguranças...

Gosto tanto de vc que até me perco em mim.

Como pode um dia bom se transformar em ausência depois?

Mas cada um sabe do seu, e quem sou eu pra julgar.

Como diz a Liuba, “Eu amo sim, é evidente que eu amo, mas vou até o fim.”

Mas acho que já chegou o meu fim, sou meio radical nesse sentido, procuro virar a página o mais rápido que posso pra não prolongar as coisas.

O amor... ô bichinho chato que fica cutucando a gente o dia todo. A gente acorda pensando nele e dorme pensando também. Passa o dia com a cabeça no coração.

Daí vc faz mil elucubrações, pensa coisas que nem sempre são reais, mas quem é que sabe o que é real?

O seu carinho me faz tão bem, se vc soubesse o quanto...

O quanto quero te dar.

Mas de repente tudo fica no vazio e a gente se perde, fica sem rumo.

Tudo foi tão bom, seu jeito me encanta, seu carinho me derrete, seu aconchego me envolve, seus braços me trazem paz.

O calor do teu corpo me alucina e me faz perder os sentidos.

Tua presença ilumina e me completa, não desejo ficar nem um minuto sem vc.

Mas vc sempre se vai deixando um vazio e uma incerteza de quando voltará.

E sigo no desejo de estar com vc novamente, envolta nos teus braços quentes, sentindo a energia das tuas mãos pelo meu corpo.

Pra mais uma vez sermos só nós dois.

Domingo

Queria que todo dia fosse domingo com você...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dueto


Consta nos astros, nos signos, nos búzios.
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás.

Serás o meu amor, serás a minha paz.

Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas.
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais.
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar.
Mas se o destino insistir em nos separar.
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas.
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
.
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos.
Se dane o evangelho e todos os orixás.
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz.
Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela.
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz.
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis.
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca.

Chico Buarque

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Às vezes dá uma vontade...


Às vezes dá uma vontade de sumir... de viajar para um lugar bonito, cheio de mata verde, mar azul, céu claro, onde tudo é paz, harmonia, onde o sol aquece e a brisa refresca.

Um lugar onde ninguém te conheça, onde tudo seja novo, onde vc pode ser quem você é, sem travas, sem medos, onde você seja livre, sem horários, sem obrigações, sem ter que fazer média.

Um lugar para admirar a imensidão da natureza, contar estrelas no céu e sentir as bênçãos de Deus serem derramadas sobre mim e toda a humanidade.

Um lugar que eu faça novas e boas amizades e até quem sabe encontre o amor... pois se por aqui eu não encontro, quem sabe ele esteja neste lugar tão especial?

Nesse lugar não há insônia e nem preguiça ao levantar, lá a noite te embala e o sol te convida pra viver.

Praias com águas transparentes e quentes pra molhar os pés em uma caminhada na beira do mar ou para um mergulho delicioso no qual você sente que todas as suas energias estão sendo renovadas e sua alma está sendo limpa tornando seu corpo leve e suave.

Quero sentir o sol bronzear minha pele, sentir meus cabelos dançarem com o vento, sentir meus pés pisarem uma areia branca e macia.

Quero ver animais soltos na natureza, na terra, na água e no ar.

Há quanto tempo eu não piso em um lugar como esses? Eu já nem sei mais... mas assim que eu tiver dinheiro, é pra lá que eu vou!

Eu preciso de você


Eu preciso de você, porque tudo que eu pensei que pudesse desfrutar da vida, sem você, não sei... meu amanhecer será mais lindo quando você comigo estiver, tudo ficará muito mais bonito num sorriso que você me der. Eu não viverei mais sem você, pois mesmo tendo te procurado por todos os lugares que eu andei pela vida, eu sabia que em algum lugar te encontraria, pois você já era meu, e eu sabia. Como a abelha necessita de uma flor, eu preciso de você e desse amor. Como a terra necessita o sol e a chuva, eu te preciso e não viverei mais um só minuto sem você. Eu preciso de você porque depois de tudo que eu vivi, terei a certeza que nem por uma vez amei alguém assim. Você será tudo, muito mais do que eu sonhei pra mim, e é por isso que eu preciso de você.

Não sei... só sei que foi assim.


Tem horas que a gente sente falta de sei lá o que, saudade de sei lá quem, vontade de alguma coisa que nem mesmo sabemos o que é... parece doido isso mais é real, todos nós sentimos isso. Mas de onde vem? Por quê? Sei lá! Como diz o João Grilo de “O Alto da Compadecida” Não sei... só sei que foi assim...”. E eu me sinto assim ultimamente... mas pra falar a verdade, acho que isso não é nada mais do que carência, viu? Aliás, carência de sei lá do quê...

Mas como na vida nada é por acaso, e tudo tem uma razão de ser, fico me perguntando: O que ou quem está me fazendo falta? E a resposta é: Não sei...

Parece conversa de maluco, mas é a pura verdade. Às vezes a gente sente um vazio que não sabemos explicar, uma sensação que algo está para ser vivenciado e que não sabemos o que é. Mas a sensação continua ali, incomodando.

Daí vc volta ao passado, remexe em lembranças permitindo a entrada de uma nostalgia de algo que passou e que não voltará mais. Começa a pensar no que você busca para o futuro e a imaginação vai longe. E no final de tudo isso você continua a não compreender o sentimento que te avassalou de repente, que sem pedir licença te dominou e se instalou.

Bom, são coisas naturais, sentimentos naturais, do ser humano, mais um dos mistérios da nossa mente. E nos perguntamos: O que isso quer nos dizer? Continuamos sem resposta, continuamos sentindo. E fica a resposta: Não sei... só sei que foi assim!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

À Noite Sonhei Contigo


À noite sonhei contigo,
E não tava dormindo!
Justo ao contrário,
Estava bem desperta...

Sonhei que não fazia
O menor esforço,
Para que te entregasses.
Em ti, já estava imersa...

Que lindo que é sonhar
Sonhar não custa nada
Sonhar e nada mais
De olhos bem abertos
Que lindo que é sonhar
E não te custa nada mais que tempo...

Sofrer com tanta angústia
Por coisas tão pequenas
Gastar essa energia
Assim não vale à pena

Quem dera me livrar
Pra sempre de mim mesma!

E só me reencontrar

Lá no teu doce abismo...

Kevin Johansen

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Como conquistar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Constantin Stanislavski


"O ator deve trabalhar a vida inteira, cultivar seu espírito, treinar sistematicamente seus dons, desenvolver seu caráter; jamais deverá se desesperar e nunca renunciar a este objetivo primordial:amar sua arte com todas as forças e amá-la sem egoísmo".

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Crônica do Amor


Essa crônica é uma das que mais gosto! Deliciem-se!


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso
contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma
fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado em fazer contas, não obedece à razão. O
verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por
conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é
educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só
referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe
dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam,
pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas
que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e
ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o
Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa mobilizado,
o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar
com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga,
ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não
emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio
galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado
e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito
manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve
poemas.
Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim.
Você é inteligente. Lê livros,revistas,jornais. Gosta dos
filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma
boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu
corpo tem todas as curvas no lugar.
Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de
viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine
ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de
ninguém e adora sexo. Com um currículo desse , criatura, por
que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa...
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação
matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem
consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de
indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às
pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.

Arnaldo Jobor

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A voz do silêncio


Hoje estou completamente sem voz, afônica... isso resultou de uma dor de garganta de um dia... eu ainda não estava 100% e abusei... daí deu no que deu... Estou agoniada por estar sem voz, pois semana que vem começo os ensaios para a peça "Alvorada para a vida", estou bem animada e feliz com essa oportunidade de trabalho e não quero e não posso estar afônica. E em homenagem ao meu "silêncio forçado" e, espero breve silêncio, segue um poema muito bonito e verdadeiro sobre o silêncio.


Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!


Imediatamente me veio à cabeça situações

em que o silêncio me disse verdades terríveis,

pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.


Silêncios que falam sobre desinteresse,

esquecimento, recusas.


Quantas coisas são ditas na quietude,

depois de uma discussão.

O perdão não vem, nem um beijo,

nem uma gargalhada

para acabar com o clima de tensão.


Só ele permanece imutável,
o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,

pois ao menos as palavras que são ditas

indicam uma tentativa de entendimento.


Cordas vocais em funcionamento

articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos

que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.


Quantas vezes, numa discussão histérica,

ouvimos um dos dois gritar:

"Diz alguma coisa, mas não fica

aí parado me olhando!

"
É o silêncio de um, mandando más notícias
para o desespero do outro.


É claro que há muitas situações

em que o silêncio é bem-vindo.
Para um cara que trabalha

com uma britadeira na rua,

o silêncio é um bálsamo.

Para a professora de uma creche,

o silêncio é um presente.

Para os seguranças de um show de rock,

o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor,

quando a relação é sólida e madura,

o silêncio a dois não incomoda,

pois é o silêncio da paz.


O único silêncio que perturba,

é aquele que fala.


E fala alto.


É quando ninguém bate à nossa porta,

não há emails na caixa de entrada

não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem


Martha Medeiros

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Deus e eu no palco


Nunca vi ninguém viver tão feliz

Como eu no palco

Sob o holofote

Que ilumina a cena

Deus e eu no palco

Um palco de madeira

Um cenário atrás

De noite o show da vida

Público pra assistir

Deus e eu no palco

Uma hora e meia de espetáculo

Saio do clarão da coxia

Lá vou eu fazer minha cena

Trabalho com a luz nos olhos

A vida é a inspiração

Deus e eu no palco

Não há solidão

Tem festa depois, amigos em um bar

Depois do espetáculo vou ver meu amor

De volta pra casa

Deito na cama a pensar

Ainda ouvindo os aplausos

Eu e Deus no palco

sábado, 9 de janeiro de 2010

Renascer


Renascer a cada rasgo, a cada dor, a cada morte consumada.

Renascer para viver hoje , agora e daqui a pouco.

Renascer, apesar do cansaço, da ferida, do trauma, da desesperança.

Renascer mesmo com a desordem. O caos. A lama. O medo. A solidão.

Renascer para não morrer, desistir, abandonar-me.

Renascer, embora cansada de ser eterna fênix de mim mesma.

Cabocla Jurema


Jurema deu um estrondo que toda a terra estremeceu

Acompanha os companheiros da Jurema.
Ô Juremê Juremá
É uma cabocla de pena
Filha de tupinambá
Rainha das águas e areias
Nunca atirou pra errar
É uma cabocla de pena.

Cabocla
Seu penacho é verde
Seu penacho é verde
É da cor do mar
É cor da Cabocla Jurema
À tarde...
Quando de volta da serra...
Os pés sujinhos de terra
Vejo a cabocla passar
As flores vem pra
Beira do caminho
Para ver aquele jeitinho
Que ela tem de caminhar
E quando...
Ela na rede adormece
O seio moreno esquece
Cobrem o colo de penas
Para ele...
Se agasalhar
A Noite...
Dos seus cabelos
Os brancos
São feitos de pirilampos
Que as estrelas...
Querem cegar
E as águas do rio
Que vão passando
Fitam seus olhos
Castanhos
Que já chegaram ao mar
Com ela dorme
Toda a natureza
Emudece a correnteza
Fica o céu
Todo apagado

Juremá, Linda Cabocla de Pena
Rainha da Macaiá
Ouve o meu Clamor.

Jurema me livra dos perigos e das maldades
Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha
Nunca me deixe em falta
Que o teu bodoque seja sempre certeiro
Contra os que tentarem me destruir.

Jurema caminha comigo, ô Cabocla
E me ajuda nesta jornada da Terra.
Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo Tupinambá
Me acompanhe hoje e sempre
Em nome de Zambi,
Salve a Cabocla Jurema!

Okê Arô, minha Cabocla…

Jurema, recebi o teu recado
Aqui me tens atendendo o teu chamado
Diante de ti, de joelho a teus pés,
Rainha da Mata Virgem
Jurema, eu sei que és.

Irmã de Oxalá,
Filha de Tupã,
Da linha de Oxossi,
E da legião de Utubatã.

Jupira, Jandira, Janaina e Iracema.
É a falange suprema.
Da linda cabocla Jurema.

Juremá, Linda Cabocla de Pena
Rainha da Macaiá
Ouve o meu clamor.
Jurema me livra dos perigos e das maldades
Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha
Nunca me deixe em falta

Que o teu bodoque seja sempre certeiro
Contra os que tentarem me destruir.
Jurema caminha comigo, ô Cabocla
E me ajuda nesta jornada da Terra.

Minha querida Cabocla Jurema, oceano de bondade,
manifestação suprema da fé e
do amor de Deus para com seus filhos.
a praia é a sua morada, habitat onde renovamos nossas energias.
Irradie sempre sua Luz, em todas as direções

Creio na tua presença a cada nova aurora, marcante, definitiva,
promovendo nosso encontro com a felicidade interior

Ajudai-nos a ver as pedras em nossos caminhos como lições de vida,
mas que possam ser vencidas uma a uma, dia a dia, passo a passo,
através da tua orientação.
que cada amanhecer seja um novo recomeço e possa minha alma conduzir-
se rumo à tua energia

Tuas palavras são marcas luminosas que preenchem as lacunas de meu
coração.
que nos momentos de solidão e cansaço seja merecedor de tua mão
amiga, lembrando-me que tudo passa e se transforma quando a alma é
grande e generosa.

Que no sono reparador minha alma voe contente, nas asas da
espiritualidade consciente, para que eu possa perceber a ternura
invisível tocando o centro de meu ser eterno.
Que a suave brisa de tua vibração me acompanhe, na terra ou no
espaço, como uma inigualável força invisível espargindo fluidos de
amor.

Querida Cabocla, presença Divina do inexplicável, transformai nossos
dramas em luz, as tristezas em celebração e nossos passos cansados em
dança renovadora.

O tempo se vai, mas algo sempre guardarei,
a tua presença, que um dia encontrei…
a sua força, a sua presença e a sua proteção!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

No Smoking


Cinco minutos antes de estourarem os fogos que anunciavam a chegada de 2010, eu fumei o meu último cigarro. Isso mesmo, decidi que a partir de 01/01/2010 eu não fumaria mais.

Até aí tudo bem, pois eu já vinha me preparando para isso há duas semanas atrás.

As 00:15 minutos peguei o carro e fui para a casa de uma amiga, a Fernanda, até aí continuava tudo bem.

Me deu uma vontadinha no carro, mas tudo muito bem controlável, afinal, cheguei na casa dela em 15 minutos, as ruas estavam desertas. E olha que eu estava indo para a Alameda Jaú, paralela a Av. Paulista, onde estavam mais de 2 milhões de pessoas comemorando o Reveillon. A coisa estava organizada mesmo, nem parecia Brasil.

Cheguei na casa dela doida para contar a novidade do ano de 2010, que eu havia parado de fumar. Contei, ela ficou super feliz, deu a maior força e tal.

Quando peguei o carro pra ir embora, já comecei a pensar que o que eu mais queria era chegar em casa e acender um cigarro na janela da área de serviço, que por incrível que pareça, é o local das minhas meditações.

Cheguei em casa e, apesar da vontade de fumar, eu estava forte na minha decisão. Comi, tomei um banho e fui pra cama. Não conseguia dormir, fiquei lendo umas coisas pra dar sono, o sono chegou e o primeiro dia de abstinência também chegou ao raiar do primeiro sol de 2010.

Até que das 13h até as 18:30 deu pra segurar, pois veio família em casa com minha priminha de 3 anos e passei a tarde brincando com ela. Mas quando foram embora... aí sim começou a tortura, bem como a fartura de comida, pois como todos sabem, uma pessoa que está na luta para se libertar do vício do cigarro, come 30x mais do que normalmente come.

Tenho certeza que já engordei pelo menos 3kg até o momento, e agora, além de lutar contra o cigarro, também luto contra a balança...

Vejam só que ironia... a gente declara guerra contra o cigarro e de quebra vem mais alguns outros exércitos inimigos que juntamente devemos enfrentar. São inimigos por todos os lados. Pois nessa batalha contra o cigarro, vem junto os exércitos da comilança compulsiva, do mau humor, do vazio, da irritabilidade, da tristeza, do não saber o que fazer, da insônia... eu não sabia que o exército do cigarro tinha tantos aliados... Chega a ser covardia todo esse povo contra uma única pessoa... é pressão por todos os lados, mas quem disse que ia ser fácil, né?

Como diz Raul Seixas: “Não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida.”. Portanto, cada dia é uma batalha que eu venço, e a vitória sobre cada uma dessas batalhas, me deixa ainda mais próxima de ganhar essa guerra.

Fazendo uma analogia à dificuldade de deixar o cigarro, podemos dizer que assemelha-se a terminar um namoro com alguém que vc ama muito, que vem passando todos os momentos da sua vida com você, momentos bom e ruins. Que é seu parceiro de todas as horas, que te compreende, que não te julga e que te faz sentir bem e feliz. Que te relaxa, te acalma, te acompanha em todos os tipos de emoções que vc sofre. Que te faz companhia, que não deixa vc se sentir sozinha.

Mas tudo isso é meramente psicológico, coisas que a nicotina colocou na sua cabeça. É tudo irreal, ilusório. A nicotina te domina e faz vc pensar naquilo que ela quer que vc pense. Enquanto vc se acaba de fumar compulsivamente detonando a sua saúde e se tornando uma pessoa fedida, a Souza Cruz e a Philip Morris vão ficando cada vez mais milionárias com o seu vício, com esses trouxas que eles manipulam. Daí vc fica doente e os hospitais lucram ainda mais com vc. Vc morre e as funerárias lucram com vc. To achando que se trata de uma quadrilha...

Mas a gente acaba pensando... poxa... a vida já é tão difícil e a única coisa que nos resta em alguns momentos é o prazer de acender um cigarrinho e pensar na vida na companhia dele. Ou até mesmo acender um cigarro na companhia de um grande amigo enquanto vcs batem aquele papo gostoso. Se abrir uma latinha de cerveja junto então... daí é prazer ao quadrado.

Mas apesar de tudo isso que no momento pra mim é bom demais, quero redescobrir o prazer da vida sem o cigarro, que o natural é viver sem ele. Quero ter nojo, asco, achar ridículo, uma bobagem sem tamanho.

Mas enquanto esse momento não chega eu preciso lutar contra a crise de abstinência. E para quem quiser me ajudar, basta me dar de presente um perfume importado, chiquetérrimo. Eu passarei o perfume todos os dias. Sendo assim, claro que eu não deixarei que o cheiro do cigarro atrapalhe o maravilhoso aroma de um perfume que custou uma pequena fortuna, né? rs