segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

No Smoking


Cinco minutos antes de estourarem os fogos que anunciavam a chegada de 2010, eu fumei o meu último cigarro. Isso mesmo, decidi que a partir de 01/01/2010 eu não fumaria mais.

Até aí tudo bem, pois eu já vinha me preparando para isso há duas semanas atrás.

As 00:15 minutos peguei o carro e fui para a casa de uma amiga, a Fernanda, até aí continuava tudo bem.

Me deu uma vontadinha no carro, mas tudo muito bem controlável, afinal, cheguei na casa dela em 15 minutos, as ruas estavam desertas. E olha que eu estava indo para a Alameda Jaú, paralela a Av. Paulista, onde estavam mais de 2 milhões de pessoas comemorando o Reveillon. A coisa estava organizada mesmo, nem parecia Brasil.

Cheguei na casa dela doida para contar a novidade do ano de 2010, que eu havia parado de fumar. Contei, ela ficou super feliz, deu a maior força e tal.

Quando peguei o carro pra ir embora, já comecei a pensar que o que eu mais queria era chegar em casa e acender um cigarro na janela da área de serviço, que por incrível que pareça, é o local das minhas meditações.

Cheguei em casa e, apesar da vontade de fumar, eu estava forte na minha decisão. Comi, tomei um banho e fui pra cama. Não conseguia dormir, fiquei lendo umas coisas pra dar sono, o sono chegou e o primeiro dia de abstinência também chegou ao raiar do primeiro sol de 2010.

Até que das 13h até as 18:30 deu pra segurar, pois veio família em casa com minha priminha de 3 anos e passei a tarde brincando com ela. Mas quando foram embora... aí sim começou a tortura, bem como a fartura de comida, pois como todos sabem, uma pessoa que está na luta para se libertar do vício do cigarro, come 30x mais do que normalmente come.

Tenho certeza que já engordei pelo menos 3kg até o momento, e agora, além de lutar contra o cigarro, também luto contra a balança...

Vejam só que ironia... a gente declara guerra contra o cigarro e de quebra vem mais alguns outros exércitos inimigos que juntamente devemos enfrentar. São inimigos por todos os lados. Pois nessa batalha contra o cigarro, vem junto os exércitos da comilança compulsiva, do mau humor, do vazio, da irritabilidade, da tristeza, do não saber o que fazer, da insônia... eu não sabia que o exército do cigarro tinha tantos aliados... Chega a ser covardia todo esse povo contra uma única pessoa... é pressão por todos os lados, mas quem disse que ia ser fácil, né?

Como diz Raul Seixas: “Não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida.”. Portanto, cada dia é uma batalha que eu venço, e a vitória sobre cada uma dessas batalhas, me deixa ainda mais próxima de ganhar essa guerra.

Fazendo uma analogia à dificuldade de deixar o cigarro, podemos dizer que assemelha-se a terminar um namoro com alguém que vc ama muito, que vem passando todos os momentos da sua vida com você, momentos bom e ruins. Que é seu parceiro de todas as horas, que te compreende, que não te julga e que te faz sentir bem e feliz. Que te relaxa, te acalma, te acompanha em todos os tipos de emoções que vc sofre. Que te faz companhia, que não deixa vc se sentir sozinha.

Mas tudo isso é meramente psicológico, coisas que a nicotina colocou na sua cabeça. É tudo irreal, ilusório. A nicotina te domina e faz vc pensar naquilo que ela quer que vc pense. Enquanto vc se acaba de fumar compulsivamente detonando a sua saúde e se tornando uma pessoa fedida, a Souza Cruz e a Philip Morris vão ficando cada vez mais milionárias com o seu vício, com esses trouxas que eles manipulam. Daí vc fica doente e os hospitais lucram ainda mais com vc. Vc morre e as funerárias lucram com vc. To achando que se trata de uma quadrilha...

Mas a gente acaba pensando... poxa... a vida já é tão difícil e a única coisa que nos resta em alguns momentos é o prazer de acender um cigarrinho e pensar na vida na companhia dele. Ou até mesmo acender um cigarro na companhia de um grande amigo enquanto vcs batem aquele papo gostoso. Se abrir uma latinha de cerveja junto então... daí é prazer ao quadrado.

Mas apesar de tudo isso que no momento pra mim é bom demais, quero redescobrir o prazer da vida sem o cigarro, que o natural é viver sem ele. Quero ter nojo, asco, achar ridículo, uma bobagem sem tamanho.

Mas enquanto esse momento não chega eu preciso lutar contra a crise de abstinência. E para quem quiser me ajudar, basta me dar de presente um perfume importado, chiquetérrimo. Eu passarei o perfume todos os dias. Sendo assim, claro que eu não deixarei que o cheiro do cigarro atrapalhe o maravilhoso aroma de um perfume que custou uma pequena fortuna, né? rs

Um comentário:

  1. Adorei o texto e a iniciativa. Sei que deve ser f... parar assim... mas pense nos anos de vida que vc vai ganhar pra curtir bons momentos. Quanto as lutas... lembre-se de David e Golias...rsrsrs e vc vencerá esse exército maldito que te ataca...kkkk. To torcendo por ti e quanto ao perfume a Sachs aceita cartão em até 10x sem juros...rsrsrs... quem sabe num te presenteio no seu niver. Pois com certeza até lá estará vencendo as batalhas dessa guerra longa... Bjokas!!!

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