![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzxM0jFXYvzYaVz3DE99wKJdLhNRz-1xf5ZQ2o6j_2cSpz5AM5gITsnyaAJasJjANo9RYKayfx6BowsjbwASwJo8uRMv3MwCAHt-s6x8EaKYKeiOWC3G633cZuBOoyDs8AcxBWVokrdbyh/s320/x435.jpeg)
Consta nos astros, nos signos, nos búzios.
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás.
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas.
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais.
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar.
Mas se o destino insistir em nos separar.
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas.
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos.
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos.
Se dane o evangelho e todos os orixás.
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz.
Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela.
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz.
Serás o meu amor, serás a minha paz.
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis.
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca.
Chico Buarque